sábado, 16 de maio de 2009

Proteção Ambiental

Quando falamos de Meio Ambiente só nos vem em mente água dos rios, árvores das matas e florestas, as queimadas os manguezais, que associados ao lixo absorvem tudo que diz respeito ao meio ambiente... Coisas que estão à vista. Não nos ligamos em coisas como os lençóis freáticos, minas de carvão e principalmente os Esgotos, que não estão á nossa vista, em geral enterrados ou mesmo descendo por uma Área de Luz, escondida no luxo de uma “mansão triplex”. Tanto faz o esgoto de um condomínio residencial de luxo, como o de uma casa simples de classe média ou mesmo o esgoto de um barraquinho de periferia – são de grande importância para a Preservação, pois qualquer esgoto pode contaminar o lençol freático poluindo a água numa região consideravelmente grande.
Uma cidade sem sistema de esgoto é um grande prejuízo para o Meio Ambiente, mas com um sistema de esgotos construído de maneira incorreta é muito pior, e esta situação é a realidade que vivemos. Os sistemas de esgotos dos municípios em nosso país, talvez até no mundo, estão em situação oposta à preservação do Meio Ambiente, porque o erro começa na origem: – Na coleta residencial.
Em todas as residências, com raríssimas exceções, as águas servidas em lavatórios, chuveiros, e lavagem das varandas são misturadas com as águas servidas nos vasos sanitários, infectadas por fezes, características do sistema de esgotos é misto. Não existem divisões de esgotos primários e secundários. Estas águas vão diretamente para o “sistema de esgotos” do município e daí, na maioria das vezes, diretamente para os rios. Em poucos, bem pouco municípios, os esgotos são direcionados para uma “lagoa de decantação”, na maioria das vezes poluidora do meio ambiente por serem construídas de modo incorreto, ou mesmo porque não têm manutenção periódica.
Para que o sistema de esgotos não venha afetar o Meio Ambiente este deverá ser do tipo SEPARADOR ABSOLUTO: água usada em pias, chuveiros, lavanderias, isto é, águas misturadas com soda cáustica existente nos sabões, não devem se misturar com a água usada para dar descargas nos vasos sanitários, pois a soda cáustica mata as bactérias, dificultando a sedimentação do resíduo.
Neste sistema de esgotamento sanitário o esgoto já começa a ser tratado na fonte (em casa).
O ideal é que a água seja utilizada duas ou mais vezes e somente após a reutilização ela seja enviada para o uso final, nos aparelhos de descargas sanitárias reduzindo, deste modo, o consumo da água potável, nas residências.
Este sistema não é novidade. Há onze anos, quando da elaboração do projeto de um Loteamento numa área de preservação ambiental, (APA) na orla de Entre Rios, fizemos o projeto de uma fossa padrão para todo o Loteamento, adotando um sistema de esgotamento sanitário como este. Não tinha o reaproveitamento da água, mas as águas usadas nos chuveiros e lavatórios destinavam-se diretamente para uma caixa de inspeção final sem nenhum contato com as águas infectadas utilizadas nos vasos sanitários. Da caixa de inspeção as águas destinam-se para o sumidouro, aonde se juntam com as águas vindas da fossa. Do sumidouro, as águas, forçadas pela gravidade vão para as caixas de areia sofrendo a última filtração. Os resíduos excedentes ficam nas caixas de areia.
O equipamentos que tratam a água para reutilização já existem e estão sendo comercializados por algumas empresas, aqui mesmo no Brasil.
Na construção de sistemas de esgotamentos sanitários, assim como acontece com a geração de energia elétrica, os governos se preocupam com grandes obras, colocando o meio Ambiente em segundo plano, a obra sim: “tem que ser uma obra monumental e de grande impacto”. Estas obras nem sempre são as ideais. Atendem durante algum tempo e logo se tornam obsoletas, ou abandonadas, “os famosos elefantes brancos”. Mas está no sangue do brasileiro resistir ao novo, antes mesmo de experimentar; – dizer que não vai dar certo é muito mais fácil: pessimismo precoce.
Quando eu falo em fossa com alguém, ele retruca: – “fossa é coisa do passado, é atraso de vida, é um sistema nocivo ao lençol freático”. Eles têm razão. Eles só conhecem a fossa que meus antepassados faziam: – “uma caixa com paredes em tijolinhos, espaçados que coletavam e armazenavam os excrementos e escoava a água pelos espaços que ficavam entre um e outro tijolinho”.
Neste sistema a água escoa diretamente sem o menor tempo de decantação exigível, sem que lhe seja oferecida a menor dificuldade possível, e com ela vai quase todo o excremento coletado no vaso sanitário. Deste modo o contato com o lençol é direto e imediato.
Mas no sistema de fossa, do qual estou falando, a caixa é totalmente impermeabilizada, como a água não leva soda cáustica para a fossa, o tratamento é mais rápido e eficiente. Em poucas horas acontece a sedimentação das fezes. Neste sistema o tempo de decantação é maior, as “chicanes” dificultam a passagem da água. Esta dificuldade faz com que os detritos fiquem contidos, completamente nos primeiros módulos de decantação, de modo que só a água vá para o sumidouro.
Deste modo os esgotos primários de Rede pública só coletariam água pré-tratada, no sumidouro ficando mais fácil o seu tratamento final nas lagoas de decantação.
A água utilizada nos chuveiros, lavatórios, pias e lavagens de varandas devem ir diretamente para a estação de tratamento local e daí para a reutilização. Quando não houver sistema de tratamento para a reutilização, esta vai diretamente para a rede pública de esgotamento secundário e daí par uma lagoa especial de decantação, da qual deve filtrar diretamente para o solo. A rede de águas pluviais deve ter uso único, uma vez que é lançada diretamente nos coletores naturais: Rios e riachos.
As prefeituras não têm Planos Diretores e quando têm, em geral não dão muita importância para os esgotos, mas todo prédio deveria construir sua fossa separadora absoluta, além de contar com um reservatório de águas pluviais capaz de conter, por pelo menos por uma hora, toda a água concentrada por sua impermeabilização: telhado ou lajes, diminuindo por um determinado tempo a saturação sofrida pela rede pública de águas pluviais.
No caso dos prédios já existentes, todos eles têm condições de fazer adaptações e promover o novo sistema de esgotamento sanitário. Caso os estudos indiquem a impossibilidade total, isto não impede que seja construída uma fossa que dê um tratamento prévio aos excrementos, e nada impede a construção de reservatórios que retenham as águas das chuvas para uso futuro ou mesmo por algumas horas. Talvez devesse ser criada uma lei Nacional que obrigue a toda comunidade possuir um reservatório para retenção e utilização das águas pluviais criando-se um percentual mínimo de águas das chuvas a serem utilizadas nos serviços domésticos, em relação ao consumo total, principalmente no período das chuvas.
Pequenas atitudes, como vender pipoca, picolé, refrigerantes, acarajé ou outros podem causar problemas ao meio ambiente.
Analisemos a situação do vendedor de picolé: – tão ingênua, que mal vai trazer? Vender picolé não é nada, não traz mal nenhum, é somente um meio de vida simples, muito simples.
– Com relação ao meio ambiente não nos preocupamos com as causas, somente com os efeitos, e assim como na política vamos empurrando com a barriga e nada de resolvermos os problemas, pois não podemos atacar na origem. A origem é um privilégio dos políticos os quais gostam de protelar assuntos polêmicos para justificarem à sua inoperância.
Algumas classes da sociedade civil são coniventes ou promotores dos descasos com a preservação do meio ambiente. Uma delas é a classes dos lojistas varejistas, que deveriam ser multados por certas atitudes como jogar papel de propaganda nas ruas e avenidas. Quando fazem lançamentos e campanhas de liquidação, jogam confetes, serpentinas, papéis de reclames, papel-picado e outros no chão da loja, os quais saem juntamente com os pés dos consumidores, crianças ou outros e vão eles entupir as bocas-de-lobo. Atos como estes deveriam ser recriminados, pois quando vêm as chuvas é aquele sufoco: juntam-se as águas coletadas pelos telhados, com as águas coletadas pelos passeios e asfaltos, e levam toda a sujeira das lojas, os inocentes sacos de pipoca, os pobrezinhos paus-de-picolé, os papéis impermeáveis dos “chokitos” ou salgadinhos usados pelas crianças, os copinhos plásticos, e lá se vão eles entupir as bocas-de-lobo.
Neste momento os lojistas são castigados: “A natureza dá o troco” – com a invasão das águas.
A proteção ambiental deve estar associada à educação para que seja possível a preservação. Sem educação qualquer empreendimento tende a fracassar.
Mas não devemos deixar esta função educativa somente com a escola, pois neste país tudo tem que ser a escola: – prevenção de saúde, religião, educação para o lar, arte e tudo mais. E para a família não sobra nada? As ONGs estão assumindo grande parte desta responsabilidade. Mas estamos nos preocupando com os filhos, quando deveríamos nos preocupar com os pais, são eles que devem ser educados, os filhos serão consequência.

Um comentário:

  1. Parabéns Alfredo,você é l0, concordo com suas ideias sobre Proteção Ambiental,e creio que só através da Educação Ambiental faremos um trabalho de conscientização na família,escola,emfim na sociedade, em relação a preservação para as gerações futuras,afinal nossos filhos e netos!!!

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