Primeiro de maio de 2013.
"BRASIL:PÁTRIA EDUCADORA"
"Essa eu amei, mas doeu no fígado".
Boa noite DILMA.
(...) Eu amo essa PRESIDENTA.
Veja o seu discurso na íntegra (copia do G1):
Queridas trabalhadoras e queridos trabalhadores,
O Brasil passou a ser mais Brasil quando o brado por mais emprego,
mais salário e mais comida deixou de ser um grito solitário dos
trabalhadores para ser a voz e o compromisso de toda uma nação. É por
isso que nós, brasileiras e brasileiros, estamos tendo, nos últimos
anos, a alegria de comemorar o 1º de Maio com recordes sucessivos no
emprego, na valorização do salário e nas conquistas sociais dos
trabalhadores.
Neste 1º de Maio, o Brasil pode garantir
outra vez a vocês que nada ameaça estas conquistas. Ao contrário, elas
vão se ampliar ainda mais, beneficiando a todos vocês, sem exceção. O
Brasil vai continuar usando instrumentos eficazes para ampliar o
emprego, o salário e o poder de compra do trabalhador.
Mas, a partir de agora, vai privilegiar como nunca o instrumento
que mais amplia o emprego e o salário: a educação. Para isso, várias
medidas estão sendo executadas e outras estão em discussão. A mais
decisiva delas é a que determina que todos os royalties, participações
especiais do petróleo e recursos do pré-sal sejam usados,
exclusivamente, na educação.
Anuncio hoje a vocês que enviei ao Congresso Nacional uma nova proposta para que isso possa virar realidade.
Minhas amigas e meus amigos,
O Brasil avançou muito nos últimos anos por causa de políticas
econômicas corretas e de políticas sociais profundas. Hoje, há um
reconhecimento internacional de que temos as políticas sociais mais
amplas e modernas do mundo. Isso nos orgulha e nos estimula. Mas há um
ponto que tem passado desapercebido: o fato do emprego e do salário
terem se tornado os dois maiores fatores de diminuição da desigualdade.
Mesmo com a importância dos programas sociais, foi a renda do trabalho
que mais contribuiu na diminuição da desigualdade.
Com os programas de transferência de renda, já tiramos 36 milhões de
brasileiros da miséria. Mas são o emprego e o salário que estão
impedindo que essas pessoas voltem para a pobreza, e também aceleram a
ascensão social de milhões de outros brasileiros. Foi assim que 40
milhões de brasileiros foram para a classe média. Isso se deu por causa
da valorização do salário-mínimo, do recorde na geração de emprego com
carteira assinada e do ganho real em todas as faixas salariais.
O Brasil gerou, nos últimos dez anos, 19 milhões e 300 mil empregos com
carteira assinada, e o salário-mínimo cresceu mais de 70% em termos
reais. Somente nos dois anos do meu governo foram criados 3 milhões e
900 mil novos empregos. Segundo o Fundo Monetário Internacional, o FMI,
isso nos colocou numa situação privilegiada no mundo: fomos o país que
mais reduziu o desemprego entre 2008 e 2012, ou seja, reduzimos em 30% a
taxa de desemprego. Por sinal, em 2012 enquanto lá fora cresciam o
desemprego e as perdas salariais, aqui ocorria exatamente o contrário.
Tivemos o menor índice de desemprego da história e, segundo o Dieese, o
melhor ano de reajustes, com 95% das categorias conquistando aumento
real de salário. Não houve apenas aumento, mas também melhoria na
qualidade do emprego: cresceram os níveis de escolaridade dos empregados
e ampliou-se a formalização do emprego. Ao mesmo tempo, diminuiu a taxa
de desemprego entre os jovens e aumentou o emprego entre os mais
maduros. E, em termos gerais, ocorreu uma queda acentuada no tempo de
procura por trabalho. Levando-se em conta a renda das pessoas, tem
ocorrido também uma redução da desigualdade entre homens e mulheres,
entre brancos e negros, e entre as áreas urbanas e rurais. Os
brasileiros estão se tornando mais iguais.
Os direitos trabalhistas avançam e as dívidas sociais históricas estão
sendo resgatadas, como ocorreu recentemente com a aprovação da PEC que
estende os direitos previstos na CLT aos trabalhadores domésticos.
Tudo isso ocorre porque o Brasil tem uma política eficiente de emprego e
salário, porque o país dialoga com o trabalhador e os sindicatos e
respeita os direitos trabalhistas. Inclusive, devido a este diálogo, os
trabalhadores, entre outras vantagens, obtiveram a isenção do Imposto de
Renda na participação dos lucros e resultados.
O mais importante é que os efeitos da renda do trabalho e das políticas
sociais reduziram pela metade o risco das pessoas ficarem mais pobres, e
praticamente dobraram a possibilidade das pessoas melhorarem de vida.
Estes fatores têm garantido a diminuição das desigualdades e inibido,
entre nós, os efeitos da prolongada crise financeira que ainda atinge o
mundo.
Trabalhadoras e trabalhadores, acreditem apaixonadamente no Brasil e na
força do trabalho de cada um de vocês. Não tenham dúvida de que o
Brasil, com a força de vocês, pode e vai crescer mais, garantindo o
emprego de hoje e o de amanhã.
Vamos seguir na rota de crescimento com estabilidade, distribuição de
renda e diminuição das desigualdades. Este governo vai continuar sua
luta firme pela redução de impostos e pela diminuição dos custos para o
produtor e consumidor, mesmo que tenha que enfrentar interesses
poderosos.
É mais do que óbvio que um governo que age assim e uma presidenta que
pensa desta maneira não vão descuidar nunca do controle da inflação.
Esta é uma luta constante, imutável, permanente. Não abandonaremos
jamais os pilares da nossa política econômica, que têm por base o
crescimento sustentado e a estabilidade. E não abriremos mão jamais dos
pilares fundamentais do nosso modelo: a distribuição de renda e a
diminuição da desigualdade no Brasil.
Minhas amigas e meus amigos,
Só uma educação de qualidade pode garantir mais avanço para o emprego e
para o salário. Nos últimos anos, ampliamos o acesso e melhoramos a
qualidade do ensino. Já estamos com 32 mil escolas funcionando em tempo
integral, ou seja, em dois turnos.
Tivemos o maior avanço da história do Brasil nos cursos técnicos e de
qualificação profissional. Geramos, com o Pronatec, mais de 3 milhões de
novas vagas e vamos chegar, até o final de 2013, a quase 5 milhões de
matrículas.
Mais de 1 milhão e 200 mil jovens já receberam bolsas do ProUni, 870
mil estudantes estão sendo beneficiados pelo financiamento do Fies e 41
mil estudantes brasileiros já tiveram bolsas aprovadas para estudar nas
melhores universidades do mundo no Programa Ciência sem Fronteiras.
E tudo isso está sendo acompanhado pela expansão das universidades
federais, que já oferecem mais de 1 milhão de matrículas. A partir deste
ano, de forma crescente, vamos garantir, através da nossa política de
cotas, que metade das vagas de todos os cursos das nossas universidades
federais seja ocupada por alunos das escolas públicas.
Tudo isso é muito bom, mas ainda é pouco. O Brasil precisa de uma
grande revolução no ensino capaz de garantir o nosso futuro como nação
líder e soberana no mundo. Vamos, principalmente, formar os jovens, as
trabalhadoras e os trabalhadores brasileiros para que possamos triunfar
num mundo cada vez mais desenvolvido e altamente competitivo.
A educação deve ser uma ação permanente em todos os instantes da vida
de uma pessoa. Ela começa na creche, passa pela escola de tempo
integral, pelo ensino médio, pela qualificação profissional, pela
universidade, o mestrado, o doutorado e tem que prosseguir, de forma
ininterrupta, até o fim da vida.
O papel do Estado é criar condições para isso, em especial, abrindo
portas para os que mais precisam. Mas um governo só pode cumprir bem o
seu papel se tiver vontade política e se contar com verba suficiente.
Por isso, é importante que o Congresso Nacional aprove nossa proposta
de destinar os recursos do petróleo para a educação. Peço a vocês que
incentivem o seu deputado e o seu senador para que eles apoiem esta
iniciativa.
Para encerrar, faço um chamamento decisivo a você, trabalhador, e a
você, trabalhadora: a educação não é apenas um dever do Estado e um
direito do cidadão. É também tarefa da família e responsabilidade de
todos, sem exceção. A educação começa com você. Todos têm que procurar a
educação por seu próprio desejo, e lutar pela educação com sua própria
força. Somente sua força de vontade vai fazer você descobrir tempo e
meios para educar-se. Somente sua atenção como pai, como mãe vai
estimular seu filho na escola. Somente sua dedicação de mestre fará
você, professor, superar as dificuldades que enfrenta. Somente a pressão
de todos vai fazer os governos, as empresas, as igrejas, os sindicatos,
em suma, toda a sociedade trabalharem ainda mais pela educação.
Somente assim poderemos gritar, em uma só voz, uma nova marca de fé e
amor para nosso país. Poderemos gritar, do fundo do nosso coração:
Brasil, pátria educadora!
Viva o Brasil! Viva a trabalhadora! Viva o trabalhador brasileiro!
Obrigada e boa noite